Era o ano de 1846. Chegava na Alemanha, na Região do Hunsrück, um funcionário do Governo Imperial do Brasil com a finalidade de recrutar colonos para as terras brasileiras.
Logo a notícia se espalhou por todas as partes. Os alemães que lá viviam, em péssimas condições de vida, animaram-se, e a primeira providência foi vender todos os seus pertences para, então, seguirem viagem para a América do Sul, onde se prometia uma vida mais digna. Embarcaram em Dunquerque, na França, e após 70 dias de viagem chegaram ao Rio de Janeiro.
Depois de passarem por várias decepções no Rio de Janeiro, conseguiram audiência com o Imperador D. Pedro II que providenciou três vapores para o transporte até Vitória, muito embora o destino fosse o Sul do Brasil. A 1ª leva chegou à capital do Espírito Santo no dia 21 de dezembro de 1846. Permaneceram alguns dias em Vitória e, então, seguiram para a Colônia de Santa Isabel, a 1ª fundada em solo capixaba pelo Dr. Luiz Pedreira do Couto Ferraz que era o Presidente da Província do Espírito Santo.
Os colonos foram subindo as margens do Rio Jucu Braço Norte e se instalaram, em 27 de janeiro de 1847, na Serra da Boa Vista. Eram 39 famílias sendo 16 Evangélico-Luteranas e 23 Católicas.
A primeira capela foi logo construída no morro de Boa Vista onde pretendiam também construir a vila. Ali ficaram cerca de 10 anos. Alguns por questão de clima, subiram mais e foi então que as famílias católicas ficaram em Santa Isabel e as luteranas prosseguiram um pouco mais e chegaram a um lugar plano entre as montanhas o qual denominaram de Campinhoberg - Morro do Campinho. Em 1852 a primeira igreja católica foi consagrada na vila de Santa Isabel e tinha como Padroeiro São Bonifácio.
E entre os anos de 1858 e 1860 no lugar Campinho os luteranos iniciaram a construção de seu templo. Antes, porém, construíram uma pequena capela no centro de terreno onde hoje localiza-se o cemitério e enquanto se erguia a nova igreja, os cultos eram celebrados, ora lá, ora em residências dos colonos. Quando D. Pedro II visitou a colônia em 30-01-1860, mencionou a existência dessa pequena capela que ficava próxima à residência do diretor da colônia, hoje residência da família Barcelos no condomínio Vivendas do Imperador, e no caminho do morro do Chapéu. Mencionou ainda, que a viúva do Pastor Held encontrava-se em péssimas condições financeiras devido à morte do esposo. (Ver parágrafo 3º página 106 do livro - Viagem de D. Pedro II ao Espírito Santo - Autor: Levy Rocha - 1960, 2ª Edição – 1980).
A Colônia foi progredindo gradativamente e logo emancipou-se de Viana. Foi elevada à condição de Freguesia em 1869 e Distrito Policial em 1878.
No dia 20 de outubro de 1893, o município de Santa Isabel desmembrou-se de Viana através do Decreto Estadual nº 29.
Sua instalação deu-se no local denominado Campinho em 19 de dezembro do mesmo ano. Em 26 de junho de 1896, por causa da malária, a sede do município foi transferida para Santa Isabel pelo Decreto Municipal nº 19, retornando para Campinho em 1917.
Em 20 de dezembro de 1921 o nome do Município foi mudado para Domingos Martins em homenagem ao herói Capixaba Domingos José Martins, que nasceu em 9 de maio de 1781 no Município de Itapemirim e participou como líder da Revolução Pernambucana, tendo sido fuzilado em 12 de junho de 1817 na Bahia. Suas últimas palavras foram: "Morro pela liberd".
A primeira Câmara Municipal era composta por cinco Vereadores: Felipe Endlich - Presidente, Christiano Bruske, José Pereira da Cruz, Mathias Stein e Johann Nikolaus Velten. O primeiro Prefeito foi o Sr. Felipe Endlich que governou de 1893 a 1895. Naquela época o Presidente da Câmara era também o Prefeito. É Sede de Comarca desde 27 de dezembro de 1918. Hoje, o Município é composto de sete Distritos: Sede, Aracê, Santa Isabel, Paraju, Melgaço, Biriricas e Ponto Alto, e sua área geográfica abrange 1.225 Km² (IBGE 2007).
No dia 27 de janeiro de 1847 os colonos imigrantes radicaram-se na confluência dos Rios Jucu Braço Norte e Braço Sul, no lugar denominado pelos índios Botocudos de Cuité. Eram 39 famílias prussianas sendo 23 católicas e 16 luteranas totalizando 163 pessoas.
As primeiras famílias: Schmidt (2), Stein (3), Degen, Bastian, Marx (3), Gilles, Schneider (3), Wahler, Effgen, Morjer, Bohn, Trenkbluth, Flotinger, Feiper (2), Ludwig, Gerhardt, Trarbach (3), Velten, Mildenberger, Faller, Waiandt, Chall, Christ (2), Stumm, Franz, Rhein, Hand.
Em 1859, junto à segunda leva de colonos alemães, chegaram a Santa Isabel as primeiras famílias italianas provenientes da Ilha da Sardenha. Eram os imigrantes Jean Tomas Ribet, Pierre Saleng, Michel Pascal Bourlot, que agora é grafado Borlot, Jean Jerôme Bermond além dos Blanc, Reviglio Terzoli, Challiol.
Em 1875, uma grande leva de imigrantes italianos chegou ao Espírito Santo e muitas destas famílias, através do município de Alfredo Chaves chegaram até Araguaia, hoje distrito do município de Marechal Floriano, e Pedreiras, hoje Pedra Azul, no distrito de Aracê em Domingos Martins. Entre estas famílias estavam os Ronchi, Bravim, Puppin, Uliana, Girardi, Módolo, Pizzol, Mognol, Gagno, Peterle, Grecco, Canal, Del Puppo, Pianzoli, Cezati, Cosmo, Bassani, Bellon, Poletto, Dordenoni, Donna, Lorenzoni, Buzatto, Fazollo, Daré, Denadai, Polli, Taquetti, Traváglia entre outras.
Informações de Joel Guilherme Velten
Os primeiros a chegar foram os alemães, em 1847, quando fundaram em Santa Isabel, neste município, a primeira colônia alemã no Espírito Santo. O grupo era formado por 39 famílias, sendo 23 católicas e 16 luteranas, vindas da região montanhosa do Hunsrück (Costa do Cachorro), na Prússia Renana, das cidades de Koblenz, Lötzbeuren e Traben-Trarbach, em número de 163 pessoas.
Naquela época a Europa estava em crise, provocada pelas guerras napoleônicas, crescente industrialização, mudança do feudalismo para o capitalismo e unificação. O Brasil também estava em crise, provocada pelas mudanças da mão-de-obra e havia uma grande extensão de terra para ser cultivada e faltavam pessoas. Para cultivar as terras daqui, o Imperador D. Pedro enviou um funcionário do Governo à Europa para recrutar mão-de-obra. Assim, o movimento de imigração se iniciou para diversas partes do país, inclusive para o Espírito Santo.
Em 1846 os alemães saíram de seu país. Embarcaram em Dunquerque, na França, e depois de 70 dias chegaram ao Rio de Janeiro, de onde deveriam seguir para o sul do Brasil. No Rio, ficaram cerca de 60 dias num galpão e depois de muitas privações foram ao Imperador, que os enviou para o Espírito Santo alegando que o clima era semelhante ao do sul do país. Chegaram à Vitória no dia 21 de dezembro daquele ano e pouco depois levados até Viana, onde ficaram em cabanas construídas previamente para eles e seguiram posteriormente para Cuité, colônia de Santa Isabel.
À procura de um lugar melhor, os colonos foram subindo,margeando o Braço Norte do Rio Jucu, e se instalaram em 27 de janeiro de 1847 à margem desse rio, na Serra da Boa Vista, hoje Km 34 da BR 262. A Serra da Boa Vista ainda não era o melhor local para os colonos. Então, eles foram subindo em direção às montanhas e, lá chegando, dividiram-se e duas vilas: uma católica, que se chamou Santa Isabel, e outra luterana, que se chamou Campinho.
Em 1859, somaram-se aos primeiros colonos outros alemães, provenientes da região do Hesse do Reno.
A colônia de Santa Isabel logo progrediu e no dia 20 de outubro de 1893 emancipou-se de Viana. Em 20 de dezembro de 1921 o nome do município foi mudado para Domingos Martins em homenagem ao herói capixaba Domingos José Martins, que nasceu em 09 de maio de 1781 no município de Itapemirim e participou como líder da Revolução Pernambucana, tendo sido fuzilado em 12 de junho de 1817 na Bahia.
* Informações extraídas do livro ‘História, Geografia e Organização Social e Política do Município de Domingos Martins”, de autoria de Ezequiel Sampaio dos Santos, Miguel A. Kill, Rutiléia Bigossi e Jonas Braz Murari.
Os pomeranos vieram da região pomerana que ficava situada entre o norte da Alemanha Ocidental e a Polônia. Ela fazia parte da Alemanha desde 1200. Durante o feudalismo estava vinculada ao Império Prussiano, mas, a partir de 1945, dois terços da Pomerânia foram anexados à Polônia e a outra parte ficou na Alemanha.
Embora haja registros sobre a chegada de pomeranos ao Espírito Santo entre 1829 e 1833, para participarem da construção e limpeza da estrada projetada Vitória (ES) – Ouro Preto (MG), eles não fundaram colônias nem se estabeleceram de imediato no Estado. Muitos nem permaneceram na região.
O fluxo de pomeranos para as regiões de Santa Leopoldina e Melgaço se deu mais tarde, entre 1857 e 1873, num total aproximado de 2.143 pessoas. Eles saíram do porto de Hamburgo e viajaram cerca de sete semanas, passando fome, adoecendo e até morrendo em alto-mar. Chegaram em diversos navios à Vitória, onde eram hospedados na hospedaria da Pedra d’Água. De lá seguiram em canoas para o Porto e Cachoeiro de Santa Leopoldina, onde eram alojados em barracões superlotados.
A colônia de Santa Leopoldina se dividia em três núcleos Santa Cruz (Ibiraçu), Timbuí (Santa Teresa) e Porto de Cachoeiro (Santa Leopoldina). Esses núcleos se dividiam em oito distritos: Bragança, Suíça, Santa Maria, Holanda, Caramuru (Jequitibá), Rio da Farinha, Galo e Melgaço, os dois últimos hoje fazem parte de Domingos Martins.
Os pomeranos que hoje se encontram em Domingos Martins se concentram mais em Melgaço (na Sede e na localidade de Califórnia) e em Paraju (na Sede e nas localidades de Tijuco Preto e Rio Ponte). Eles vieram da província pomerana das regiões de Koslin, Kolberg, Greifswald e outras. Chegaram à colônia de Santa Isabel subindo o rio Santa Maria da Vitória até a cachoeira de Santa Leopoldina.
Os pomeranos passaram pelo mesmo processo de adaptação dos demais colonos, com a diferença que eles conservaram mais o dialeto e se fecharam mais em Melgaço, onde ainda se pode observar a originalidade de parte da tradição pomerana que existia na Pomerânia, antes da emigração, quanto à religião, costumes, língua e a construção de casas, que têm as cores azul nas portas e janelas e branca nas paredes, cores-símbolo da terra natal.
* Informações extraídas do livro ‘História, Geografia e Organização Social e Política do Município de Domingos Martins”, de autoria de Ezequiel Sampaio dos Santos, Miguel A. Kill, Rutiléia Bigossi e Jonas Braz Murari.
No início do século vinte (por volta de 1900) apareceram na região de Aracê os primeiros imigrantes italianos. A sua chegada ocorreu por caminhos até então desconhecidos pelos alemães e que foram desbravados a partir de outras direções. Uma primeira leva chegou pelo lado de São Floriano, subindo de Alfredo Chaves pela região de São Bento de Urânia. Os primeiros foram da família Canal que já haviam chegado até São Floriano. Logo vieram os Bravim, Grecco, Módolo, Uliana, Bassani, Lorenzoni, Curbani dentre outros. Eles chegaram até o alto de Pedreiras e começaram a atrair outras famílias que foram adquirindo a posse dos alemães que voltavam para a região de São Rafael.
Uma outra leva chegou por trás da Pedra Azul, passando por Castelinho em direção a São Paulinho. Eram os Fassarela, Pizzol, Gagno Girardi, Peterle Gagno e tantos outros. Naquelas bandas ainda não havia colonização e as terras foram sendo ocupadas e desmatadas. Os primeiros moradores chegaram a explorar a região de Venda Nova, mas devido à dificuldade de estabelecer uma estrada entre as duas regiões não ficaram por lá. Dizem ainda que as matas de Venda Nova foram consideradas muito cerradas e com arvores muito grossas, dificultando a derrubada.
Informações extraídas de pesquisas realizadas por Valdir Antonio Uliana